A rotina de atividades dos adolescentes comprova que eles não dormem o suficiente à noite e seguem cansados e sonolentos para as tarefas escolares matutinas.
A duração ideal do sono em adolescentes gira em torno de oito a dez horas por noite para que se sintam relativamente descansados.
Vários estudos mostram que preferem dormir entre 23:00h e meia-noite. Uma grande variedade de causas pode contribuir para este hábito, inclusive a vida social, aparelhos eletrônicos como computadores, TVs e telefones celulares.
Os adolescentes apresentam uma tendência em atrasar o sono naturalmente e preferem (exemplo: férias) dormir na segunda metade da noite e por boa parte da manhã, a não ser que sejam forçados insistentemente a sair da cama ou pelo barulho do despertador. Na puberdade, o padrão do ritmo circadiano promove essa tendência em ficar acordado e dormir até mais tarde, também conhecida como '"atraso de fase".
Infelizmente, esse ritmo biológico do sono entra em conflito direto com o calendário escolar. Os estudantes dessa faixa etária têm cerca de sete a oito horas de sono por noite (às vezes até menos), o que lhes causa um estado de privação crônica de sono.
Essa condição afeta a habilidade do aluno em se concentrar e memorizar, especialmente nos dois primeiros períodos de aula. A sonolência diurna reduz a capacidade de ficar acordado durante a aula, torna difícil o aprendizado e também contribui para mudanças de humor e problemas comportamentais.
Um estudo na Universidade de Oxford descobriu que o atraso no início das aulas por uma hora, e deslocar os temas mais complexos para um período mais tarde, o absenteísmo e as alterações de humor tornavam-se menores.
A solução consiste na determinação de um horário de dormir mais precoce para os filhos adolescentes, desencorajá-los de ingerir bebidas cafeinadas, deixar TVs, computadores e, especialmente, telefones celulares fora do quarto durante a noite.
Em contrapartida, os pais devem dar exemplo com hábitos de sono salutares e com isso educar seus filhos a agir de forma semelhante, ou seja, não adianta querer impor aos adolescentes condutas que os pais não conseguem seguir.
Um abraço,
Dr. Paulo Marsiglio
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